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A série Penny Dreadful - Análise da primeira temporada







Primeiro episódio

Assim que assisti ao primeiro episódio de Penny Dreadful eu já me tornei fã da série. A história é envolvente, os personagens são enigmáticos e a produção é de primeira.

A atriz Eva Green, com o seu olhar penetrante, está perfeita no papel da vidente Vanessa Ives, assim como o ator Harry Treadaway no papel do Dr. Victor Frankenstein. O elenco conta ainda com Timothy Dalton (que foi 007 nos anos 80) e Josh Hartnett (Dália Negra).

Ambientada na Londres da época vitoriana, a série reune vários personagens famosos literários de terror como o Dr. Victor Frankenstein, Van Helsing, Dorian Gray, Jack o Estripador, Lobisomem e Drácula. Além disso, busca inspiração em filmes clássicos de terror como O Exorcista (episódio 7).

O título da série se refere aos Penny Dreadfuls, publicações de ficção e terror que eram vendidas na Inglaterra do século 19. Por serem histórias que custavam um centavo, tinham como apelido "centavos do terror".

A direção do primeiro episódio coube ao competente J.A. Bayona (que dirigiu no cinema o emocionante O Impossível, baseado na história real de uma família de turistas que estavam em férias na Tailândia e foram vitimados por um tsunami). O trabalho meticuloso de Bayona confere ao episódio uma qualidade que salta aos olhos.

Mas os cuidados dos produtores foram além da escolha certeira do diretor e se estenderam também ao restante da equipe técnica, destacam-se também a trilha sonora de Abel Korzeniowski (Direito de Amar), a fotografia de Xavi Giménez (O Operário), a direção de arte de Jonathan McKinstry (Os Bórgias) e os figurinos de Gabriella Pescucci (Era Uma Vez na América, A Época da Inocência). Ou seja, por trás dessa série só tem feras.



Sexto episódio

Essa série é realmente fantástica e fica cada vez melhor. Em Penny Dreadful tudo pode acontecer, e tudo realmente acontece.

Nesse episódio destaca-se a belíssima sequência de sedução e sexo entre os personagens Dorian Gray e Vanessa Yves, que começa de forma sutil ao som da ária "Lakmé" de Léo Delibes e termina com os dois se amando furiosamente.

O tratamento fotográfico é excepcional. Um enquadramento chama especialmente a atenção: a camera vai se aproximando lentamente dos rostos dos atores e enquanto um lado de seus rostos é iluminado pela luz inconstante das velas, o outro é mantido nas sombras, resultando num efeito belíssimo.

O mesmo Dorian Gray já havia protagonizado uma outra sequência de sedução arrebatadora no final do episódio quatro, só que desta vez com um personagem masculino.

Em homenagem a bela sequência descrita aqui, encerro os comentários sobre esse episódio com a ária Lakmé.



Sétimo episódio

O sétimo episódio é um dos mais difíceis de acompanhar para que tem medo de filmes de terror. Claramente inspirado no filme O Exorcista, a história se concentra na possessão da personagem Vanessa Yves por um espírito maligno e nas tentativas de seus companheiros de livra-la desse mal.

O episódio é um verdadeiro tour de force, que exigiu um grande esforço dos atores (principalmente da atriz Eva Green, que está excepcional) e também exige coragem do espectador para suportar a atmosfera pesada que domina praticamente toda a narrativa.



Oitavo episódio

O oitavo e último episódio da primeira temporada de Penny Dreadful foi muito interessante, embora tenha sido um pouco menos elaborado que os anteriores. Talvez devido à necessidade de se solucionar ou de se encaminhar todas as tramas criadas durante a temporada (é mais ou menos como último capítulo de novela).

Os pontos altos do episódio foram: o desabafo de John, a "criatura" com o seu criador, o Dr. Frankenstein, quase um monólogo, um texto muito bonito valorizado pela interpretação do ator Rory Kinnear. Destaco também a cena em que a personagem Vanessa Yves entra em uma igreja ao som de um coral infantil.

E por falar em música, termino essa temporada completamente seduzido pela trilha sonora de Abel Korzeniowski. Sua música é sofisticada, envolvente e valoriza as cenas sempre que é utilizada.

Esse último episódio também deixou importantes ganchos para a segunda temporada.

Entre soluções que já eram esperadas e algumas surpresas, posso afirmar que o desfecho da primeira temporada foi extremamente satisfatório e mal posso esperar para começar a assistir a próxima.

Enquanto isso, convido o leitor a apreciar o belo tema musical da série.


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