Filmes assistidos, avaliações, comentários e os melhores de cada ano:

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004


Críticas 2017


Churchill - Biografia em tom reflexivo
(Por Alexandre Arroyo, publicado em 24/10/2017)



Churchill é um filme bastante reflexivo, por vezes até demais. Se passa durante a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente nos dias que antecederam o Dia D, que marcou o início de uma grande ofensiva para libertar a França da ocupação nazista, com o desembarque das tropas aliadas na Normandia. Essa operação militar também ficou conhecida como Operação Overlord.

Dentro desse contexto, o filme do diretor Jonathan Teplitzky (de Uma Longa Viagem) constrói a imagem de um Churchill temperamental, mas fragilizado. Atormentado pelas experiências vividas num outro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial, e relegado à posição de coadjuvante no planejamento da Operação Overlord, Churchill demonstra ter sérias dúvidas sobre o sucesso do plano que será colocado em prática pelos aliados, o que gera um embate constante entre ele e os reais protagonistas dessa ação: o general Eisenhower (comandante supremo das forças aliadas na Europa) e o general Montgomery (responsável pelas forças terrestres aliadas).

Os embates verbais entre o primeiro-ministro e os generais ocupam boa parte do filme, mas a proposta aqui também é mostrar o líder britânico na intimidade: o lado humano representado pela preocupação com a vida dos soldados ingleses, o peso de liderar uma nação em tempos tão difíceis, o seu relacionamento com a esposa Clemmie e com os seus auxiliares mais próximos. Enfim, estamos diante de um ser humano, com qualidades e defeitos, que tem que superar seus próprios medos e dúvidas para poder transmitir uma mensagem de esperança ao povo de seu país.

Nesse ponto o longa se beneficia muito com a qualidade do seu elenco: Brian Cox (visto recentemente em A Autópsia) entrega um Winston Churchill intenso e complexo, enquanto Miranda Richardson (de A Jovem Rainha Victoria) dá o suporte necessário ao protagonista, representando uma mulher que abre mão da vida pessoal para assumir o papel de esposa do primeiro-ministro britânico. John Slattery (de Spotlight: Segredos Revelados) no papel do general Dwight Eisenhower também marca forte presença na tela.

Com relação à guerra em si, o foco está nos bastidores do conflito. Não há uma única cena de batalha durante toda a projeção, tudo acontece nas reuniões onde as estratégias militares são traçadas.

Embora seja um filme bem feito, sobre uma figura histórica importante, Churchill é uma cinebiografia um tanto contida e modesta, que deve passar pelos cinemas sem fazer História. Diferente de algumas outras superproduções sobre grandes líderes, que fizeram uma carreira de sucesso, tais como: Patton, Rebelde ou Herói? de Franklin J. Schaffner (1970), Gandhi de Richard Attenborough (1982), ou o mais recente Lincoln de Steven Spielberg (2012). Ainda assim, o filme merece ser visto, pela sua temática interessante e pela qualidade da produção.

Avaliação: Bom. Nota: 7,5/10.

Assista o trailer (abre em uma nova janela do navegador).


Cena do filme Churchill



Rogue One - Uma História Star Wars - Um bom entretenimento, que consegue superar Star Wars - O Despertar da Força
(Por Alexandre Arroyo, publicado em 03/01/2017)



Antes de comentar sobre o filme Roque One, esclareço que sou um grande fã da trilogia original de Star Wars. Eu era um adolescente de 12 anos quando assisti ao primeiro Guerra nas Estrelas no cinema e fiquei maravilhado com aquele universo criado por George Lucas. Lembro-me de ter assistido ao filme quatro vezes, comprei a fita K7 com a trilha sonora (que eu ouvia dia e noite), colecionei o álbum de figurinhas e dei início ao hobby de construir naves espaciais de cartolina.

Na década de 70 não existia internet e as notícias de Hollywood demoravam para chegar aqui, então naquela época eu não tinha a menor ideia de que haveria uma continuação de Guerra nas Estrelas, até que em meados de 1980 vi o trailer de O Império Contra-Ataca na televisão. Fiquei bastante ansioso e comecei a contar os dias para a estréia do Episódio V. Nas semanas que o filme ficou em cartaz, eu o assisti nada menos que 25 vezes. Aliás, considero O Império Contra-Ataca o melhor filme da saga, pois é o que tem o melhor roteiro e o que mais se aprofundou no desenvolvimento dos personagens. Sem falar da qualidade dos efeitos especiais, na minha opinião a sequência da batalha entre as forças rebeldes e os Andadores do Império no planeta gelado de Hoth é o ponto alto da saga em termos de efeitos especiais. Não posso deixar de mencionar também que foi nesse episódio que apareceu um dos personagens mais icônicos da saga: o mestre jedi Yoda, um boneco que ganhou vida graças ao engenhoso processo de manipulação de bonecos criado por Jim Henson (também criador dos Muppets).

Depois do Episódio V foi necessário esperar mais 3 anos pela conclusão da trilogia. Foi uma longa espera para os fãs, principalmente porque O Império Contra-Ataca terminou de forma inconclusiva, deixando várias situações em aberto para serem resolvidas no próximo episódio.

O ano de 1983 chegou e todos puderam finalmente assistir ao tão aguardado desfecho da trilogia. Trazendo um tom de narrativa um pouco mais leve que o de O Império Contra-Ataca, o Episódio VI, O Retorno de Jedi, foi uma grande festa para os fãs, com as suas batalhas espaciais complexas (nunca se tinha visto até aquele momento tantas naves espaciais juntas numa mesma cena) e com o aguardado duelo final entre Luke e Annakin Skywalker (Darth Vader).

Passaram-se 16 anos até que em 1999 George Lucas resolveu filmar a primeira trilogia da saga (Guerra nas Estrelas foi concebido originalmente para ter nove capítulos, sendo que Lucas começou a filmar pelo episódio IV). Só que, levado pelo seu fascínio pelas novas tecnologias digitais e na tentativa de agradar as novas gerações, Lucas concebeu uma nova trilogia visualmente interessante mas que trouxe consigo um excesso de personagens e cenários digitais, deixando tudo muito frio e artificial (a seqüência da corrida de pods, no Episódio I, mais parecia um videogame). Além disso, os novos heróis não tinham o mesmo carisma dos personagens da trilogia original.

Eis que em 2012 uma notícia causou um grande abalo na Força, George Lucas resolveu vender os direitos de Star Wars para os Estúdios Disney. Com isso, na minha opinião, Star Wars deixou de ser uma saga para se tornar uma franquia. Para mim, George Lucas não era apenas o criador desse universo, mas também o guardião de sua essência. Já os executivos da Disney vão querer transformar tudo num mega projeto comercial.

É claro que essa é uma visão de um fã antigo, as novas gerações de fãs não parecem muito preocupadas com isso, querem cada vez mais filmes sobre Star Wars, e a Disney com certeza vai explorar esse filão enquanto as bilheterias corresponderem e vai providenciar tantos filmes quanto forem necessários, e os fãs continuarão lotando as salas de cinema pelos próximos anos.

E é nesse ponto que chegamos ao filme Rogue One – Uma História Star Wars. Ciente de que tem uma mina de ouro nas mãos e tendo condições financeiras e capacidade de produzir quantos filmes quiser, os Estúdios Disney não se contentaram em apenas dar continuidade à história original, mas começaram a desenvolver histórias paralelas ligadas ao universo de Star Wars. A primeira delas a chegar as telas é justamente Rogue One, que pretende explicar como os planos da primeira Estrela da Morte foram roubados por integrantes das forças rebeldes, fato que é mencionado (mas não mostrado) no Episódio IV.

Embora eu não tenha tanta afinidade com esses novos filmes da saga, que vejo apenas como entretenimento, considero Rogue One melhor que O Despertar da Força, na medida em que ele traz um número maior de referências ao universo Star Wars (em especial ao Episódio IV), seja no aspecto visual, seja no próprio roteiro. O diretor Gareth Edwards (Godzilla) , fã declarado da saga, fez um bom trabalho nesse sentido.

Assim como ocorreu em O Despertar da Força, Rogue One traz uma mulher como personagem principal. Jyn Erso, a heroína do filme, é introduzida logo no início da trama. Uma espécie de prólogo mostra que ela foi separada dos pais quando ainda era uma criança. O pai, um cientista brilhante, foi recrutado contra a própria vontade pelo Império para chefiar o projeto da Estrela da Morte, a poderosa arma capaz de destruir planetas. Jyn é então criada por um rebelde radical chamado Saw Gerrera, amigo de seu pai. Essa fase da vida da personagem não é desenvolvida de uma maneira muito clara pelo roteiro e numa passagem rápida de tempo já vemos Jyn adulta (interpretada por Felicity Jones), sendo seqüestrada pelos rebeldes, que a querem como aliada devido a sua ligação com Gerrera.

Desta forma, com pouco tempo de projeção, Jyn é catapultada à posição de heroína do filme, sem que o espectador tenha tido tempo ou elementos suficientes para conhecê-la, algo que só vai ocorrendo com o desenrolar da trama. Por isso a empatia com a personagem demora a acontecer, enquanto que o seu parceiro de missão, o oficial rebelde Cassian Andor (Diego Luna), consegue demonstrar com mais clareza as motivações que o levaram a abraçar a causa rebelde. Vários personagens secundários se juntam a dupla principal, mas nenhum deles tem o mesmo carisma de Luke, Leia, Han Solo, Chewbacca, etc.

Os efeitos especiais foram produzidos pela Industrial Light & Magic, que empregou os efeitos digitais na medida certa, optando por utilizar cenários naturais, maquetes e maquiagem sempre que possível. Embora eu reconheça o trabalho sempre competente da ILM, não pude deixar de notar que nesse filme não foi apresentado nada muito diferente do que já tínhamos visto nos filmes anteriores da saga. É que na época em que a trilogia original foi produzida, anos 70/80, a área de efeitos especiais ainda estava se desenvolvendo e funcionava como um grande laboratório de novas idéias e técnicas, razão pela qual cada novo episódio de Star Wars lançado naquela época trazia sempre efeitos especiais melhores e inovadores.

Com relação a trilha sonora, um elemento sempre marcante nos filmes da saga, o compositor Michael Giacchino, que substituiu Alexandre Desplat (escalado originalmente para o projeto), entrega uma música cheia de energia, que serve bem ao filme.

Embora eu não compartilhe da mesma impressão de alguns fãs mais entusiasmados, que chegaram a afirmar que esse era "o melhor Star Wars de todos os tempos", considero Rogue One um bom entretenimento, que consegue cumprir aquilo que promete: ser uma história Star Wars.

Avaliação: Bom. Nota: 8,5/10.

Assista o trailer (abre em uma nova janela do navegador).


Críticas

Churchill (24/10/2017)

Rogue One - Uma História Star Wars (03/01/2017)

O Vale do Amor (13/10/2016)

Sete Homens e um Destino (06/10/2016)

Francofonia - Louvre Sob Ocupação (13/09/2016)

Star Trek - Sem Fronteiras (09/09/2016)

O Bom Gigante Amigo (28/08/2016)

Ben-Hur (21/08/2016)

O Monstro de Mil Cabeças (03/08/2016)

Chocolate  (28/07/2016)

Julieta  (24/07/2016)

Procurando Dory (21/07/2016)

Como Eu Era Antes de Você (03/07/2016)

A Vingança está na Moda    (31/05/2016)

Mais Forte Que Bombas    (20/05/2016)

Meu Amigo Hindu    (17/03/2016)

Boa Noite, Mamãe!    (15/03/2016)

A Bruxa    (12/03/2016)

Trumbo - Lista Negra    (04/03/2016)

Presságios de um Crime    (02/03/2016)

Boi Neon    (24/01/2016)

Love 3D

Homem Irracional

Um Pouco de Caos

7 Caixas

Pelos Olhos de Maisie

Gloria

Malévola